Ações da Petrobras tombam em Nova York após demissão de Prates

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Ações da Petrobras tombam em Nova York após demissão de Prates
Queda chegou a 8% nas ADRs, os recibos de ações negociados nos EUA. Resultado ocorre no after market, período após o fechamento do mercado. Fachada do prédio da Petrobras, no Centro do Rio

Adriano Ishibashi/Framephoto/Estadão Conteúdo

As ações da Petrobras despencaram na Bolsa de Nova York após o anúncio da demissão do presidente da empresa, Jean Paul Prates, nesta terça-feira (14). Segundo o blog da Natuza Nery, Magda Chambriard foi convidada para ser a substituta de Prates e já aceitou assumir o cargo.

A queda nas ADRs (American Depositary Receipts, ou recibo de ações negociados na Bolsa de Nova York) da empresa chegou a 8%. O resultado ocorre no after market, período após o fechamento do mercado.

Demissão de Prates

Prates foi demitido pessoalmente por Lula. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, estavam presente.

A avaliação do governo é que a situação de Prates ficou insustentável.

A informação foi inicialmente publicada pela coluna da Malu Gaspar, do jornal "O Globo", e foi confirmada pelo blog.

Segundo fontes, Lula decidiu pela demissão de Prates já há algum tempo após uma sequência de desentendimentos com o governo. O agora ex-presidente da Petrobras não se entendia com Silveira há muito tempo.

De acordo com o blog da Andréia Sadi, Prates citou "intrigas palacianas' após ser demitido. O argumento usado é o de que Jean Paul não estaria entregando resultados da Petrobras na velocidade em que o governo esperava. Ao blog, Jean disse que respeita a decisão, mas afirmou que não pode deixar de dizer que presidente foi levado a adotar a medida por uma intriga palaciana.

Lula demite Jean Paul Prates, presidente da Petrobras

A Petrobras publicou fato relevante na noite desta terça-feira, anunciando o "encerramento antecipado de seu mandato como Presidente da Petrobras de forma negociada". "Adicionalmente, o Sr. Jean Paul informou que, se e uma vez aprovado o encerramento indicado, ele pretende posteriormente apresentar sua renúncia ao cargo de membro do Conselho de Administração da Petrobras."

A próxima presidente da Petrobras, Magda Chambriard, foi diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no governo Dilma Rousseff (PT). Ela também é consultora na área de óleo, gás e biocombustíveis e trabalhou na Petrobras por mais de 20 anos.

Jean Paul Prates

Pilar Olivares/Reuters

Indicação de Prates

Prates foi indicado para o cargo antes mesmo de Lula tomar posse, em dezembro de 2022. O então presidente eleito comunicou a indicação por meio de uma postagem em rede social.

"Gostaria de anunciar a indicação do Jean Paul Prates para a presidência da Petrobras. Advogado, economista e um especialista no setor de energia, para conduzir a empresa para um grande futuro", dizia a mensagem.

Advogado e economista, Prates também atuou como empresário e dirigente sindical. Na década de 80, participou da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro) e trabalhou na regulação dos setores de petróleo, energia renovável, biocombustíveis e infraestrutura nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.

Ele também foi secretário de Estado de Energia e Assuntos Internacionais do Rio Grande do Norte e, em 2014, foi suplente na chapa de Fátima Bezerra (PT), eleita ao Senado. Em 2019, após a senadora ser eleita governadora do Rio Grande do Norte, Prates assumiu o mandato como titular até 2022, quando foi indicado para o cargo.