Governo pede à Aneel que use saldo da 'conta bandeira' para reduzir cobrança extra na conta de luz
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Ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) enviou ofício à agência. Diretor disse que ainda não havia recebido pedido. E que Aneel tem autonomia para definir tarifa, que está no patamar 2 da bandeira vermelha, o mais caro ao consumidor no sistema de cores. Alexandre Silveira, ministro de Minas e EnergiaTon Molina/Fotoarena/Estadão ConteúdoO Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, enviou nesta terça-feira (1º) um ofício à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pedindo a redução da bandeira vermelha patamar 2, cobrança adicional na conta de luz. No documento, o ministro argumenta que a Aneel deveria considerar o uso do saldo superavitário da "conta bandeira" – que recolhe as cobranças extras na conta de luz dos consumidores."Como formulador de política pública, reforço à Aneel que avalie a utilização do saldo superavitário da conta como instrumento para definição da aplicação das bandeiras a cada mês, inclusive a partir da competência de outubro de 2024", diz Silveira no ofício obtido pelo g1.A "conta bandeira" recebe os valores pagos pelos consumidores na conta de luz para arcar com despesas de geração de energia – quando há falta de chuva, por exemplo , o que leva à aplicação das bandeiras tarifárias.Em julho, a "conta bandeira" tinha um saldo de R$ 5,2 bilhões. Segundo Silveira, esse valor pode ser maior por causa do acionamento das bandeiras amarela e vermelha patamar 1 neste ano.O ministro diz que isso demonstra que "o sistema de bandeiras, sob a ótica financeira, encontra-se com sobra de recursos".Mais cedo, o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, disse que ainda não havia recebido o ofício. E que a agência tem autonomia para defender as tarifas da conta de luz."Não conheço o teor dele [do ofício de Silveira]. E, assim, a autoridade tarifária no Brasil é a Agência Nacional de Energia Elétrica. Ela que responde quando a tarifa está alta ou está baixa, claro que seguindo toda a legislação associada", declarou.Em entrevista a jornalistas, na manhã desta terça-feira (1º), Feitosa explicou que o saldo positivo da conta foi acumulado com a manutenção da bandeira verde, sem cobrança extra, ao longo de dois anos.O diretor-geral da Aneel reforçou que a perspectiva de chuvas ainda é incerta e, portanto, a "conta bandeira" seria um "seguro" para o sistema."Não sabemos, e acredito que ninguém saiba, qual será a extensão da gravidade deste momento de estiagem. Apenas para terem uma ideia, na crise de escassez hídrica [de 2021] nós tivemos cerca de R$ 5,65 bilhões apenas em outubro de 2021", declarou.Em nota, a Aneel afirmou que irá "fazer a devida análise" assim que receber o ofício, sendo que qualquer alteração deverá seguir o rito da agência. "Vale dizer, em fevereiro o saldo era de R$ 10 bilhões, tendo reduzido para R$ 5 bilhões e, a depender das condições hidrológicas, pode ser rapidamente consumido, dado estarmos atravessando um período de seca e de baixa produção de energia por hidrelétricas", acrescentou a Aneel.A agência também afirma que a bandeira tarifária tem "efeito educacional", sinalizando a necessidade de economia de energia para os consumidores. Saiba quanto custa a bandeiraAlém da bandeira vermelha, conta de luz pode subir mais que o esperadoCada bandeira tarifária acionada pela Aneel sinaliza um cenário de geração de energia, podendo gerar um custo extra ao consumidor:????bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) – sem custo extra;????bandeira amarela (condições menos favoráveis) – R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh);????bandeira vermelha patamar 1 (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh);????bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada kWh).